sexta-feira, 13 de março de 2020

Curupira

Imagem de www.todamateria.com.br
O curupira é descrito como um anão, de cabelos vermelhos, pele verde, e pés voltados para trás e calcanhares voltados para frente. Protetor da floresta e dos animais. Persegue caçadores e, às vezes, pessoas comuns apenas por diversão. Atrai suas vítimas, gritando de forma estridente, assobiando ou apenas imitando a voz humana e as chamando. Quem quer que o siga, acaba se perdendo, e após ser tomado por um pavor súbito, se tiver o azar de dar de cara com este ser, pode levar uma surra violenta.
         Para aplacar a fúria do curupira, os índios costumavam deixar algumas oferendas para ele como penas de aves e flechas. No entanto, o que o curupira realmente aprecia é fumo e pinga. Seringueiros e roceiros deixam esses presentes nas trilhas que atravessam, de modo a agradá-los ou pelo menos distraí-lo. Para fugir dele, caso ele te encontre no meio da floresta, é necessário realizar um nó em um pedaço de cipó. 
        O curupira é um habitante nato das florestas, então, para encontrá-lo, é necessário adentrar na mata densa. Sendo assim, esse ser evita estar nos locais com grande presença humana, somente indo atrás de humanos quando eles entram na floresta para caçar ou derrubar árvores.
        




sexta-feira, 6 de março de 2020

Caipora

Imagem de www.todamateria.com.br
Caipora tem origem da palavra tupi-guarani “caapora” que quer dizer “habitante do mato”. É descrita como uma índia anã, com orelhas pontudas e cabelos vermelhos. Em variações de sua lenda, é um ser masculino, com pelos verdes no corpo e pés voltados para trás. 
       Protetora dos animais e da floresta, pode confundir os caçadores e cães de caça, imitando sons dos animais e os atraindo, de forma a fazê-los se perderem. Também pode espancá-los e até matá-los. Se, no entanto, receber alguma oferenda, pode permitir que os caçadores cacem em sua mata, contanto que eles não perturbem as fêmeas que estiverem prenha ou não maltratem os animais, caso contrário, ela desconsidera as oferendas e os ataca da mesma forma. 
           Nos dias santos e às quintas-feiras, acredita-se que a força da caipora, aumente, quando ela se torna mais perigosa. 
           Os índios acreditavam que Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite. Caipora é considerado em algumas partes do Brasil como canibal, ou seja dizem que come quem vê caçando, até mesmo um pequenino inseto.
      Pode-se atraí-la, assobiando, e para apaziguar ela, basta lhe oferecer fumo. Assim, reza o costume que, antes de sair numa noite de quinta-feira para caçar no mato, deve-se deixar fumo de corda no tronco de uma árvore e dizer: "Toma, Caipora, deixa eu ir embora".


Giovanna Lynn:

Adepta da Magia Natural, sou eclética como bruxa e faço de tudo um pouco. Livros e música são meu mundo.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Um guia rápido para atrair as Ninfas

Imagem de Free-Photos por Pixabay
Para quem deseja atrair as guardiãs das árvores e plantas, esse guia rápido e prático pode ajudar.
Feitiços e rituais com ninfas podem ser realizados para atrair amor, sorte, autoaceitação, beleza e leveza, além de reciclar nossa energia, proteger animais de estimação, e harmonizar o ambiente. Procure realizá-los sempre ao ar livre, próximo às árvores, flores, plantas, lagos ou fontes. Sempre tenha muito respeito pelas ninfas, não arrancando flores ou folhas de seus galhos sem permissão.


Os melhores horários para atrair as Ninfas são:


- Ao meio dia (hamadríades)
- Ao anoitecer (ninfas das águas)
- Lua Cheia e Nova são as melhores

Oferendas:


- Moedas douradas (podem ser jogadas em "fontes dos desejos" ou simplesmente enterradas ao pé de uma árvore ou em um vaso de planta).
- Água fresca
- Guirlandas de flores (que podem ser penduradas nas árvores para agradá-las ou na porta de entrada da casa para atraí-las).
- Sino dos ventos (pendurá-lo na árvore, agradará as ninfas e, também as fadas)
- Incensos de flores
- Flores (pode jogar uma em um rio como oferenda ou as pétalas de uma flor em uma fonte)
- Velas (verdes para Hamadríades, e Azuis para as Ninfas das Águas)
- Imagens e estatuetas (ou bibelôs) de ninfas ou mulheres com coroas de flores em suas cabeças 
- Fitas coloridas de cetim (que podem ser amarradas nos galhos e conter desejos resumidos em uma única palavra)
- Maçãs (podem ser amarradas nas fitas)
- Bijuterias
- Pequenos espelhos


Onde encontrá-las



Nas árvores, especialmente as antigas que abrigam Hamadríades mais fortes e sábias; nas fontes, lagos, e rios, além de grutas. Algumas ninfas também podem ser encontradas em pântanos e sua aparência pode ser um pouco assustadora. Acredita-se que elas também possam habitar a madeira de suas árvores que forem transformadas em bonecos ou varinhas e bastões (é apenas uma teoria, e acredito que seria em último caso, se a ninfa conseguisse sobreviver ao ter sua árvore cortada, o que é raro, pois, geralmente, elas morrem se não encontrarem outra árvore ou planta próxima para se abrigarem).
          Galhos e folhas podem conter um pouco da magia delas, por isso, se alguma folha, trazida pelo vento, cair em você, guarde-a (pode colocá-la dentro de um livro ou na fronha do seu travesseiro), e se algum galho caído lhe chamar a atenção, não hesite em coletá-lo, pois, pode ser útil para se comunicar com a ninfa daquela árvore (mesmo à distância), basta segurá-lo, visualizar a árvore e estabelecer a comunicação. Não se assuste se alguma mulher lhe vier à mente, é a ninfa, e ela pode lhe dar algum conselho ou só falar com você. Pegar uma muda da planta da qual você estabeleceu contato com elas é recomendável. A energia das ninfas, quase sempre é sutil, mas inconfundível. Você saberá quando tiver estabelecido o contato com uma. ©





quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Kiyohime, a mulher serpente

Kiyohime, ou simplesmente Kiyo, é uma personagem do folclore japonês, que, por não ter tido seu amor correspondido, se transformou num monstro, com o corpo sendo metade mulher metade serpente. O conto japonês Anchin e Kiyohime inspirou gerações de poetas, e é uma das histórias mais encenadas no Japão. O que a Lenda ensina é que, ao se transformar em um demônio-serpente, Kiyohime separa o ódio de um amor não correspondido.
         A Lenda de Anchin e Kiyohime apresenta Kiyohime como uma donzela que se apaixonou por Anchin, que é um monge budista irmão do imperador Suzyaku. Quando ela foi confessar seu amor, este não foi retribuído. Tentando escapar de seus avanços, Anchin pede ao sacerdote de um santuário Kumano para ajuda-lo. O sacerdote então prende Kiyohime em uma armadilha kana-shibari, dando tempo ao monge para fugir. Para escapar da amante, o monge refugiou-se no templo Dōjōji - um templo budista na província de Kishu, hoje Wakayama. Kiyohime, então, acaba enlouquecendo e sua fúria a transforma num terrível e vingativo monstro, com o corpo sendo metade mulher metade serpente.
        Para esconder Anchin, os monges do templo, abaixaram um enorme e pesado sino, ocultando Anchin em seu interior.
      Chegando no templo Dōjōji, a serpente subiu a escadaria e encontrou o sino. Anchin rezava desesperadamente. Enfurecida, ela se enrolou no grande sino, jorrando chamas de sua enorme boca como um dragão serpente, e matando Anchin.
     Os monges de Dōjōji fizeram o enterro do jovem Anchin. Após a tragédia, encomendaram a fundição de um novo sino e determinaram que nenhuma mulher poderia se aproximar novamente de sua plataforma.
     O tempo passou, e o novo sino chegou ao Templo Dōjōji. Foi preparada uma grande festa para instalação do sino com a participação da comunidade local, porém a cerimônia de entronização estava proibida para mulheres. Entretanto, durante a cerimônia, uma encantadora jovem finamente vestida aproximou-se, e se atirou-se tocando o sino e, para espanto de todos reunidos, desapareceu sem deixar vestígios, como se engolida pelo gongo.
        A partir desse acontecimento, o sino ao ser tocado, não soava como os sinos dos templos, mas gemia como uma voz terrível. E cada vez que ele tocava, desastres aconteciam. Até finalmente, por não mais suportarem, o sino foi levado para baixo, e enterrado.
           Ele permaneceu enterrado durante 200 anos, até que Toyotomi Hideyoshi ordenou que fosse cavado e levado para o santuário Myomanji, onde as cinzas de “Sakyamuni Buddha” foram consagradas pelo Imperador Asoka. E lá, dizem que o som da “Sutra de Lótus” incessantemente entoada pelos monges do templo, finalmente trouxe o descanso para as almas atormentadas de Kiyohime e Anchin.
           Com o tempo, o som do sino adquiriu uma beleza irresistível, tingida com sabedoria e consciência de dukkha (o sofrimento necessário à mudança).
          Ainda hoje, o sino permanece em Myomanji, como um tesouro do templo, junto com as cinzas sagradas de Sakyamuni.
          Dizem que, muito tempo depois, Anchin e Kiyohime apareceram abraçados e felizes em sonhos dos monges do Templo Dodoji, eles finalmente encontraram seu destino nos caminhos da Sutra de Lótus.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Comadre Fulozinha

Comadre Fulozinha é uma criatura do folclore brasileiro. Seu nome deriva provavelmente da pronúncia regional de "Comadre Florzinha" ou "Comadre Fulozinha" e ela é muitas vezes confundida com a Caipora, sendo ambas consideradas uma variação da mesma lenda. Em alguns lugares, acredita-se que ambas sejam o mesmo ser.
             A Comadre pode assustar quem esteja andando a cavalo na mata sem lhe deixar uma oferenda. Ela amarra o rabo e a crina do animal de tal forma que ninguém consegue desatar os nós. A ela também são atribuídos "causos" semelhantes contados pelos anciãos das regiões rurais, onde os rabos dos cavalos no estábulo amanhecem amarrados da mesma maneira. Em algumas regiões também é conhecida como uma entidade que protege a floresta,  daí sua semelhança com a Caipora. Segundo alguns, no entanto, ela não gosta de ser confundida com esta, dando em quem as confunde uma surra com urtiga, uma planta que causa muita coceira, ou com seus longos cabelos. Até hoje são comuns relatos de pessoas que presenciam suas aparições nas zonas de floresta.
           No culto da Jurema na Paraíba ela é considerada uma entidade divina e tem caráter ambíguo, agindo para o mal e para o bem.
          Segundo a lenda, Comadre Fulozinha é o espírito de uma cabocla de longos cabelos negros, que lhe cobrem todo o corpo. Ágil, vive na mata defendendo animais e plantas contra as investidas dos destruidores da natureza. Gosta de receber presentes, principalmente papa de aveia, confeitos, fumo e mel. Quando agradada, logo faz que a caça apareça para quem lhe ofereceu o agrado e permite que este consiga sair da mata, alguns idosos afirmam conversar com ela.
          Tem personalidade zombeteira, algumas vezes malvada, outras vezes prestimosa. Diz-se que corta violentamente com seu cabelo aqueles que a mata adentram sem levar uma quantidade de fumo como oferenda e também lhes enrola a língua. Furtiva, seu assovio se torna mais baixo quanto mais próxima ela estiver, parecendo estar distante. Ela também gosta de fazer tranças e nós na crina e no rabo dos cavalos. Somente ela os consegue desfazer, se for agradada com fumo e mel.
       Outros contam que a Comadre Fulozinha era uma criança que se perdeu na mata quando ainda era pequena e morreu procurando o caminho de volta para casa. Seu espírito passou a vagar pela floresta em busca do caminho de volta.







terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Boitatá

Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560, como uma lenda indígena que descreve uma cobra de fogo de olhos enormes ou flamejantes.
       Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios. A narrativa varia muito de região para região. Único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra, o Boitatá escapou entrando num buraco e lá ficando, no escuro, motivo pelo qual seus olhos cresceram.
        Outros dizem que é a alma de um malvado, que vai incendiando o mato à medida que passa. Por outro lado, em certos locais ele protege a floresta dos incêndios. Algumas vezes persegue os viajantes noturnos, ou é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. Tem vários outros nomes: Cumadre Fulôzinha, Baitatá, Batatá, Bitatá, Batatão e Biatatá.
         O Boitatá pode ser uma explicação mágica para o fogo-fátuo. A versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa Região, reza a Lenda que houve um período de noite sem fim nas Matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A Boiguaçu, uma Cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão. Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais e de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, Boitatá, Cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixa a Boiguaçu muito fraca. Ela morre e reaparece nas Matas serpenteando luminosa. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os Homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar e de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da Cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar que a fuga é de alguém que ateou fogo nas Matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o "Boitatá" é o protetor das Matas e das campinas. A verdade é que a ideia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece frequentemente na Literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.








terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Tag: Ninfas




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